domingo, 19 de junho de 2011

Após problemas, TIM investe R$ 1 bi em rede

Diante desse cenário, a TIM decidiu investir R$ 1 bilhão em sua rede de acesso, fechando contratos de três anos com a Ericsson, a Huawei e a Nokia Siemens Networks. Apesar disso, a empresa disse que não se trata de uma reação ao descontentamento de consumidores.

"A ampliação da rede é preventiva", disse Marco Di Costanzo, diretor de rede da TIM Brasil. "Não é uma reposta ao que aconteceu em algum Estado."

Os recursos já eram previstos no plano de investimentos anunciado pela operadora, que devem somar R$ 8,5 bilhões de 2011 a 2013. A forma de contratação, no entanto, é diferente do que a empresa vinha fazendo até aqui.

"Ainda existe demanda reprimida de voz", afirmou o executivo. "Quando as pessoas reclamam da rede de uma operadora, não é a rede que é ruim. É o tráfego que cresce mais rápido que a capacidade da rede. Não vamos mais correr atrás da demanda de forma reativa."

Os novos contratos têm como objetivo melhorar o serviço de voz. Segundo Di Costanzo, serão substituídos 8,3 mil estações radiobase (equipamentos que vão na antena da rede de celular), o que equivale a 75% da rede atual de segunda geração (2G). Além disso, serão instaladas 1,8 mil novas estações.

"A nossa rede GSM já tem 10 anos", disse o diretor da TIM. "Estamos atualizando os equipamentos, o que garantirá um aumento de 20% no raio de cobertura." Di Costanzo disse que os fornecedores instalarão a capacidade máxima em cada antena, e a TIM será capaz de ativar essa capacidade por meio de comandos de sua central de operações. "A parte mais difícil, que é instalar os equipamentos em campo, já terá sido feita."

A TIM espera, com o investimento, ter uma capacidade instalada equivalente ao dobro do tráfego projetado para 2011. "Apesar de o contrato ser de 3 anos, metade dos equipamentos será instalada ainda este ano", explicou Di Costanzo.

Suspensão. Na semana passada, a Justiça proibiu que a empresa vendesse chips no Ceará, até que fosse capaz de dar uma resposta à queda de qualidade do serviço. No Rio Grande do Norte, a TIM chegou a ser impedida de atender novos clientes por 48 horas, também por problemas de qualidade.

"No Nordeste, o problema é menos na rede de acesso e mais na de transporte", disse Di Costanzo. "Temos dificuldade em conseguir os links de fibras ópticas que conectam as antenas. A Oi e a Embratel não têm sido capazes de nos atender na velocidade que precisamos."

Apesar de ser a TIM ser dona da Intelig, Rogerio Takayanagi, diretor de marketing da operadora, afirmou que ainda depende muito da contratação de linhas no atacado. "Temos muitas antenas instaladas que faltam o link para começarem a funcionar. A agência reguladora precisa liberalizar o atacado, para que as concessionárias parem de ficar administrando o monopólio."

Panes. Em pouco mais de um mês, a Intelig registrou três panes, que deixaram clientes sem telefonia e internet por várias horas. Segundo Di Costanzo, o problema nos três casos foi rompimento da rede óptica em dois lugares diferentes, o que fez com que o serviço fosse interrompido apesar da redundância.

"Resolvemos tomar medidas corretivas", disse. "Em alguns trechos, ter redundância não basta. Teremos tripla redundância e vamos reduzir o tempo de resposta para manutenção."

Eletropaulo paga a acionistas o dobro do que investiu

SÃO PAULO - Bombardeada com críticas por deixar milhares de pessoas sem eletricidade em São Paulo, a Eletropaulo é generosa com seus acionistas. No ano passado, a empresa pagou mais de R$ 1,3 bilhão em dividendos para acionistas - o dobro do que investiu em suas operações (R$ 682 milhões). Enquanto isso, seus indicadores de qualidade se deterioraram desde 2006. No ano passado, os clientes da distribuidora ficaram em média 11 horas sem energia.

Essa tem sido a tendência da Eletropaulo nos últimos anos. Entre 2006 e 2010, a empresa pagou R$ 3,5 bilhões em dividendos, enquanto os investimentos somaram R$ 2,5 bilhões, segundo levantamento feito pela empresa de informação financeira Economática, a pedido do Estado. No mesmo período, o tempo que o consumidor ficou sem energia aumentou de 8 horas para 11 horas. Em 2009, a empresa teve o pior índice desde a privatização, em 1999.

"Eles estão fazendo uma gestão exclusivamente financeira, em detrimento dos consumidores. Estão se lixando para os serviços que prestam", afirma o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal. A Eletropaulo é uma empresa de capital aberto, que tem o governo brasileiro entre seus acionistas e é controlada pelo grupo americano AES.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) detém 49% das ações ordinárias da Companhia Brasiliana, que detém a concessão da Eletropaulo.

"Em momento algum a distribuição de resultados fragilizou a capacidade de investimento da empresa", diz Britaldo Soares, presidente da distribuidora. Ele afirma que os investimentos da Eletropaulo vêm crescendo nos últimos anos e a qualidade dos serviços melhorou. "Mas isso não evita que a gente enfrente eventos extraordinários. Quando isso acontece, a gente para e refaz o planejamento."

Mau atendimento. A distribuidora vem sendo muito criticada pelas seguidas interrupções no fornecimento de energia na Grande São Paulo, por deixar os usuários sem eletricidade (em alguns locais por mais de um dia) e pela má qualidade da comunicação com os consumidores, que não conseguem ser atendidos no call center da companhia.

Na semana passada, o Procon, órgão de defesa do consumidor ligado ao governo de São Paulo, pediu intervenção na empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O órgão regulador negou a intenção de intervir na empresa, mas deve exigir que a distribuidora adote medidas adicionais para melhorar o atendimento dos consumidores.

"É óbvio que uma empresa precisa ganhar dinheiro, mas eles são concessionários de serviço público e têm obrigações a cumprir", afirma Aníbal. Com 6,1 milhões de clientes, a Eletropaulo distribui energia para uma área responsável por dois terços do ICMS do Estado, de acordo com o secretário paulista de energia.

Nos últimos dois anos, a Eletropaulo apareceu com destaque no ranking das empresas com mais reclamações do Procon de São Paulo. Em 2010 ficou em 6.º lugar e em 2009, em 3.º. Na semana passada, o Procon teve um aumento de 235% nas reclamações por causa do corte de energia elétrica no Estado em apenas um dia.

Outra queixa está na resistência da Eletropaulo em indenizar os consumidores que têm os seus equipamentos e aparelhos elétricos danificados em razão de queda de energia, dever previsto nas resoluções da agência.

Na semana passada, a empresa acabou mandando funcionários percorrerem os bairros afetados pelos apagões a fim de atender clientes que alegam prejuízos e também pedir desculpa pelos transtornos.

Tempo ruim. A justificativa da empresa para a piora da qualidade de energia entregue aos clientes é a severidade do clima nos últimos anos, com tempestades, raios e ventos acima da normalidade. No ano passado, depois da sequência de apagões em 2009, a distribuidora decidiu investir mais nas equipes de emergência, na poda de árvores e na construção de subestações para reforçar a rede. Os recursos aplicados surtiram algum efeito e os indicadores diminuíram um pouco - exemplo de que a empresa não vinha fazendo seu papel direito.

O professor da UFRJ, Nivalde Castro, explica que o grande problema do setor elétrico hoje é que as empresas acabam investindo em expansão, universalização e até melhorias internas e não focam na manutenção, como troca de um transformador, de cabos, entre outros.

A diferença é que, no momento da revisão tarifária, os investimentos feitos terão um retorno financeiro para empresa. O que não ocorre com os valores aplicados em manutenção, que serão contabilizados como despesa.

O fato é que os investimentos feitos, embora expressivos, não acompanharam o forte crescimento do consumo interno. Em 10 anos, o uso de energia pelos brasileiros cresceu 36%. A expectativa é que o consumo cresça em média 4,6% ao ano até 2020.

Ou seja, a rede de distribuição terá de ser reforçada com alguns bilhões de investimentos para suportar o aumento da carga.

Custo Brasil não deixa PIB dobrar

SÃO PAULO - O Brasil poderia mais que dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, dos atuais US$ 10 mil para US$ 21,6 mil, e atingir níveis de países como Coreia do Sul e Portugal, se reduzisse as ineficiências que tiram a competitividade do País, aponta estudo da LCA Consultores.

"Falta de infraestrutura e complexidade do sistema tributário, que exige 2.600 horas por ano das empresas só para pagar impostos, dividem o primeiro lugar no pódio dos principais obstáculos para ampliar a competitividade", diz o economista responsável pelo estudo, Bráulio Borges.

Para chegar a essa conclusão, Borges identificou, com base em análises estatísticas, quais são os fatores cruciais para o deslanche da competitividade e constatou seis pontos fracos que pesam no PIB per capita.

Além da conhecida falta de infraestrutura, estão nesse rol o tempo gasto pelas empresas para pagar impostos, a carga tributária sobre o lucro das companhias, o tempo para fazer valer o cumprimento dos contratos, o custo para exportar e o tempo para lidar com licenças em geral.

O economista explica que, para calcular o PIB per capita "perdido" pelo Brasil, levou em conta informações disponíveis do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e do Fórum Econômico Mundial para um grupo de 131 países. Concluiu que, se o Brasil tivesse indicadores para esses seis quesitos equivalentes à media desse grupo de países, conseguiria agregar US$ 11,6 mil ao PIB per capita anual.

Tempo. As 2.600 horas por ano que as empresas brasileiras gastam para cumprir o rito da burocracia no pagamento de impostos faz do País o campeão mundial nesse quesito, ante uma média 284 horas para esse grupo de 131 países. Essa ineficiência reduz em US$ 8,1 mil o PIB per capita do Brasil em relação à média dos 131 países, destaca Borges.

Apesar de não ter essa ineficiência traduzida em números, as empresas sentem na prática o impacto da burocracia. A fabricante de autopeças Bosch, por exemplo, tem dois departamentos só para isso, conta a gerente de tributos da empresa, Sheila Pieroni. No departamento tributário, 11 funcionários acompanham diariamente com lupa as mudanças na legislação nos 27 Estados brasileiros para adequar o sistema de recolhimento de impostos da companhia às mudanças.

"Sendo bem otimista, saem dez novas legislações por dia nas quais são alteradas as formas de tributação do produto", conta a advogada. Ela diz que o trabalho aumentou depois da implantação da substituição tributária, sistema que atribui aos fabricantes a responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pelo seu cliente. "Antes acompanhávamos a legislação de três Estados, onde estavam localizadas as fábricas."

Além do departamento tributário, a empresa tem um departamento fiscal. É uma equipe de quase 50 pessoas encarregadas de apurar os tributos. Sheila conta que uma mesma informação - por exemplo, o valor recolhido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - é remetida à Receita Federal de quatro formas diferentes: eletronicamente, por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped); em papel, que é a nota fiscal; na Declaração de Tributos Federais, que é mensal e na declaração de Imposto de Renda, anual.

O excesso de burocracia pesa também no Grupo Orsa, um dos gigantes do setor de embalagens de papelão. Sergio Amoroso, presidente do grupo, diz que tem pelo menos 30 pessoas nas áreas contábil, de controladoria e jurídica só para cuidar da burocracia. "Poderia ter meia dúzia de pessoas se fosse outro país. É gente que é paga para cumprir o custo burocrático do Estado ineficiente", afirma.

O empresário cita como exemplo de ineficiência o fato de a sua empresa ter de manter um hospital, o serviço de bombeiros, de abastecimento de água e de coleta de lixo em Monte Dourado, distrito de Almeirim, no norte do Pará, na divisa com o Amapá, onde a companhia tem uma fábrica de celulose.

Licenças. Outro ponto que impacta negativamente a competitividade do País é o tempo para lidar com licenças em geral. De acordo com o estudo, são 411 dias no Brasil, ante 210 dias, que é a média dos 131 países.

"Há licenças no Brasil que são absurdas", diz Amoroso. Para ilustrar a afirmação, ele conta o caso do linhão que vai levar energia elétrica da usina de Tucuruí, no Pará, até Macapá, no Amapá. Segundo o empresário, a empresa que ganhou a licitação conseguiu a licença do Ibama para fazer a limpeza da área. Agora é preciso outra licença para transportar a madeira. "Olha o absurdo: falta uma licença de algo que já está autorizado."

Profissionais que lidam diretamente com a questão das licenças ambientais admitem que um "cipoal" de exigências e a falta de definição de áreas de competências entre os organismos públicos atrasam as liberações. Mas eles ponderam que grande parte dos estudos ambientais não tem a atualidade necessária para atender aos projetos, na maioria das vezes complexos.

‘É possível trazer a inflação para a meta com a economia crescendo’, diz Tombini

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, marca seus primeiros seis meses de gestão recorrendo constantemente ao verbo moderar e suas variações. E é assim, com moderação, que ele afirma ter certeza de que é possível controlar a inflação e, ao mesmo tempo, permitir o crescimento econômico. Dessa forma, pontua uma discussão que, no governo passado, causou sérias crises entre o BC de Henrique Meirelles e o Ministério da Fazenda de Guido Mantega.

"O Banco Central reconhece que é possível trazer a inflação para a meta crescendo", afirmou. "Isso tem acontecido e acontecerá. Levaremos a inflação de volta à meta de 4,5% em 2012 com a economia brasileira crescendo."

Em entrevista concedida sexta-feira à tarde ao Estado, à Agência Estado e à rádio Estadão ESPN, o presidente do BC deixou claro que a área econômica do governo Dilma Rousseff trabalha em sintonia. O que não significa uma ameaça à autonomia operacional da instituição.

"A presidente dá o comando. E o comando dela tem sido muito claro no sentido de que as políticas do governo sejam adotadas, ajustadas, para assegurar a estabilidade monetária, a inflação na meta", disse. O IPCA, índice que serve de referência para o sistema de metas no País, acumula alta de 6,55% em 12 meses, acima do teto estabelecido pelo governo, que é de 6,50% (o centro é de 4,50%).

Durante uma hora de conversa, Tombini frisou que "o BC não está sozinho" na tarefa de combater a inflação. "Temos hoje uma estratégia de governo, consistente e abrangente, de moderação do crédito e de ajuste fiscal e monetário." A propósito especificamente do crédito, o presidente do BC descartou a existência de uma bolha no Brasil, hipótese que foi recentemente levantada por alguns analistas internacionais. "Trabalhamos cotidianamente para que não ocorram excessos que levem a um risco sistêmico, a uma bolha que estoure lá na frente."

Outro foco de atenção do governo e do BC, disse, é a entrada de capitais estrangeiros no País, que valoriza o real e expande o crédito. "Temos trabalhado com um conjunto de instrumentos para fazer com que o Brasil não aproveite inocentemente a ampla liquidez internacional."

Tombini afirmou que o ministro da Fazenda é ouvido pelo BC. "O Banco Central escuta o mercado, a sociedade, mesmo nas decisões em que tem competência exclusiva. Mas quem decide, por exemplo, sobre taxa de juros é o Comitê de Política Monetária. Nesse processo, como qualquer outro banco central, ouve especialistas e, naturalmente, o ministro da Fazenda."

domingo, 1 de maio de 2011

Macroeconomia

A macroeconomia estuda a economia em geral analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, níveis de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio. O enfoque macroeconômico pode omitir fatores importantes, mas estabelece relações entre grandes agregados e permite compreender algumas interações relevantes. A macroeconomia se preocupa com aspectos em curto prazo como desemprego, por exemplo.

A macroeconomia possui algumas metas como aumentar o nível de empregos, estabilizar os preços, distribuir renda, crescer a economia, solucionar conflitos de objetivos. A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados:

• Mercado de Bens e Determina o nível de produção agregada bem como o nível de preços.

• Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente de características, determinando a taxa de e o nível de emprego.

• Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros.

• Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda e dificitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda.

• Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Por que indivíduos e empresas fazem escolhas?


A escassez de recursos obriga indivíduos e empresas a fazerem escolhas. Estas por sua
vez implicam no que chamamos em economia de “trade-offs” ou escolhas mutuamente
excludentes.
Exemplo: O Sr X decidiu comprar o pacote de turismo A em vez do B pelo fato de o
pacote A ser mais barato e proporcionar quase tanto bem estar quanto o pacote B. Note
que ao escolher o pacote A o Sr. X excluiu a possibilidade de compra do pacote B. A
situação descrita é conhecida como trade-off. Ela implica em perder algo (pacote B) em
troca de outro (pacote A).

Por que os recursos são escassos?


A escassez em economia se deve ao descasamento entre a disponibilidade de recursos e os desejos dos indivíduos. Em outras palavras, a escassez é gerada pelo fato de ter que se produzir bens e serviços com recursos limitados para satisfazer desejos por vezes ilimitados dos indivíduos. A escassez de recursos gera o que se chama de bem econômico. Um bem econômico é desejado e tem utilidade. Se os recursos não fossem escassos só existiriam bens livres e não haveria necessidade de alocar recursos. Comentário: Note que um recurso não é escasso se não for desejado. Ou seja, mesmo que um bem esteja disponível em pequena quantidade ele pode não ser escasso caso ninguém o desejado.